sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Eu faço planos, cassete!

Eu sou uma pessoa que faz planos. Faz planos para os planos. Cada centímetro do meu eu, faz isso, o tempo todo. Antes de sair de casa, eu já repassei umas 50 vezes na minha cabeça onde eu vou, qual caminho eu vou tomar, e se eu resolver mudar a rota eu mudo, mas repasso ela na minha cabeça antes de ir. Eu planejo o meu dia, e hoje à noite eu já estou inevitavelmente pensando no que vou cozinhar pro almoço de amanhã. Já repassei o que pretendo assistir na TV, o que ler, a hora que vou tomar banho, se vou ou não lavar o cabelo. Pensei inclusive na roupa que vou pôr, caso a gente pense em sair (com antecedência, é claro).
E eu já sofri! Gente, como é doloroso viver dessa forma! Porque as coisas não são assim. Lá fora está cheio de pessoas, e elas atrapalham os nossos planos. Elas entram na nossa frente e não seguem nosso roteiro o que é uma bosta! Elas não fazem o que pensamos que fariam, nem respondem nossas perguntas com as respostas que queríamos e elas nos fazem SURPRESAS! Deus que me livre de surpresas! Quem foi que inventou isso?
Apesar de fazer meus planos, eu os mudo constantemente porque também não gosto de rotina. Ficou difícil acompanhar? Imagina pra quem convive.

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

quarta-feira, 18 de julho de 2012

Sobre ser mãe



Às vezes a mãe ama tanto, mais tanto que quer proteger os filhos de tudo. Tem mães que quase vivem a vida no lugar dos filhos, para que eles não sofram. Elas não percebem que essa proteção sufoca. Quando chega o dia que eles conhecem a tão sonhada liberdade, eles acabam se afastando da antiga casa. Um preso, depois de cumprir sua pena, jamais quer  voltar para a prisão por vontade própria.
E é nessa hora que as distâncias se constroem.
Olha, apesar de toda essa saudade, eu acho que está sendo muito bom para mim, para o papai e para a filhinha essa viagem.
É como um ensinamento que eu vi esses dias: Filho é emprestado. Ele não é nosso. A gente precisa encarar com naturalidade que, um dia eles vão voar sozinhos e isso não deve ser colocado como algo ruim. Eles precisarão estar sozinhos para traçar suas rotas, cair, machucar e se recuperar. Estaremos ali, como um porto seguro pra abraçá-los a cada tombo, mas não podemos impedir que eles voem.
E acho que quanto mais cedo a gente encara e aceita isso, mais fácil fica quando a hora chega.
Não é que a gente não sofra, não sinta e não tenha saudades. Mas é natural. E deve ser muito bom ver os filhos da gente seguindo com suas vidas. Estudando, se casando, constituindo suas próprias famílias.
Eu sempre achei meus pais um pouco desligados com a gente lá em casa. Apesar de tê-los como minhas maiores referências até hoje, minha mãe e meu pai nunca disseram que sentiam a minha falta desde que eu saí de casa. Isso foi ótimo para o meu crescimento! Foi tão natural, tão bom ter essa liberdade de escolha, sem o peso de estar "rejeitando" meu lar, sabe?
Só agora, semana passada (antes de levar a netinha para as primeiras férias na casa da vovó), que minha mãe foi contar como foi pra eles se acostumarem sem a gente. Foi aí que eu entendi.
O engraçado é que mesmo antes de saber que eu fazia falta, desde que saí de casa falo com eles pelo menos três vezes na semana. Sinto necessidade de saber como eles estão e também aproveito para contar como estão as coisas por aqui.
Não era uma prisão, apesar de não termos toda a liberdade que queríamos. Não existiam grades pois tudo o que nos segurava lá era invisível a olho nu. Amor, respeito, diálogo, confiança e limites bem definidos. Nada impedia a fuga, e mesmo assim, nunca fugimos.

bjoO

terça-feira, 22 de maio de 2012

Crônica 3

Fica ainda melhor se simultaneamente à leitura, você ouvir a música: Naked as we came - Iron & Wine




Ele sempre soube, desde o princípio que um dia, tudo ia terminar. Ele se protegeu enquanto pôde. Sofreu antecipado para não sofrer depois. Nunca se entregou totalmente. Ficou com os dois pés atrás, e o peito ainda mais.
E quando se deu o inevitável fim, ele pensou não sofrer. Manteve-se sempre tão distante, que foi uma grande surpresa quando percebeu que ela fazia falta. Tanta falta, que ele se incomodou com o fato dela ter passado despercebida tantas vezes ao longo dos anos.
Ela estava sempre ali esperando sua chegada e mesmo que seu sorriso estivesse escondido há muito, sabia que estava em algum lugar e ele podia sentir seu cheiro de longe. Ela sempre cuidava de tudo e ele não agradecia quando encontrava as roupas lavadas, passadas e guardadas milimetricamente uma em cima da outra, exatamente no mesmo lugar todos os dias. O jantar estava sempre servido, a comida sempre fresquinha e quente como ele gostava e as coisas sempre arrumadas em seus devidos lugares. Ele nunca agradeceu por ela cuidar tão bem do jardim, mesmo que ele conseguisse visualizar o resultado nas roseiras, que de tão grandes, já alcançavam o muro e dava para ver do lado de fora do portão. E o principal: A voz dela. Aquele timbre inigualável, suave e doce e quando tenso, um pouco mais agudo do que se considera agradável. Aquela voz estava sempre ali, para acalmar, conversar, responder, discutir, acariciar, sorrir. Ele podia ter percebido que isso faria falta, mas não. Além de muitos detalhes, ele também não se lembrou das muitas vezes que ela disse “eu te amo” e esperou pelo beijo que ele dava de forma apressada por achar que estava sempre atrasado para algo mais importante. 
Ele buscou na memória, muitas vezes, os motivos que o fizera estar com ela. Aquela mulher, que ainda era menina e que trazia consigo um cheiro de flor e beijos cheios de desejos inocentes. Aquela menina que tinha muitos sonhos e que às vezes parecia flutuar além do normal pensando no mundo e suas possibilidades. Ele tentou, ele sabia que precisava se lembrar, mas ele havia guardado esses sentimentos numa caixinha, e essa parecia ter caído do bolso furado nalgum lugar no meio do caminho.
E quando ele encontrou, tudo mais havia se perdido. Ela nunca mais voltaria. Não porque não quisesse, porque por mais que o amor dele por ela fosse frágil, o dela se manteria forte e inabalável por décadas. Ela não voltaria porque o destino furtou todo o futuro que poderiam ter tido. Ele percebeu que aquela moça, com quem ele sempre fora frio, sem dar muita importância, o fez chorar rios e rios quando partiu desse mundo. E quando ela não estava mais lá, o silêncio foi ensurdecedor e ele gritou de agonia muito mais de uma vez. Como poderia tudo ter ficado tão cinza, se para ele, muitas vezes ela pareceu não ter cor alguma?
Ele chorou mais uma vez. E outra. E ainda mais quando percebeu que nada do que ele fizesse mudaria o que estava feito. Ele brigou com o mundo, se trancou e ficou cada vez mais íntimo do escuro. A dor de não tê-la foi tão grande que ele suportou até o fim e num dia frio de verão, ele foi ao seu encontro. 
Mesmo sabendo que poderia ter a eternidade, cada milésimo de segundo pareceu pouco para dizer todas as coisas que ele nunca havia dito e dar todos os beijos que haviam sido roubados pela barreira que fora colocada entre os dois. E depois de tanto tempo, ele sorriu. Estava em paz. Estava enfim, com a sua paz.

segunda-feira, 30 de abril de 2012

Vazio

"Dificilmente eu olhava para o céu à noite e notava que estavam lá.. 
Mas elas sempre estavam lá, completamente imóveis.. 
Brilhantes estrelas, planetas mortos..
Só percebi o quanto elas me faziam falta quando olhei e não vi nada..
Estava nublado e elas haviam desaparecido.."

terça-feira, 17 de abril de 2012

Posse...

Preciso que alguém tome posse do meu coração.. Se eu entregá-lo à você, tome posse!! Diga para quem quiser que ele é seu, e diga que eu também sou sua.. Me chame de "minha".. MINHA menina, MINHA pequena, MINHA mulher, MINHA gata, MINHA amiga e amante.. Tome posse se eu digo que ele é seu, porque significa que quero ser sua..
Se não quiser, não há problema algum.. Às vezes não gostamos dos presentes que ganhamos, e isso é perfeitamente natural.. Então, devolva-o com o maior cuidado que puder, sem que ele volte arranhado ou maltratado demais..
Não use-o se seu intuito sempre foi de devolvê-lo..
Para mim, se algum dia houver devolução, será difícil doar novamente um coração muito machucado, cheio de marcas..
Não prenda-o mas não o deixe à deriva.. Ele precisa de um porto SEGURO e talvez em alguns momentos, precise também de uma âncora, um motivo para estar..
Lembre-o sempre que ele tem seu lugar de destaque em sua vida, e diga todos os dias o quanto esse coração é importante para você..
Dê carinho grátis, e sem interesse em reembolso..
Não o deixe entristecer, murchar ou endurecer.. Ele é assim mesmo, mole e meio bobo, mas sincero e fiel..
Não se acomode.. Não deixe nunca de buscar.. Lembre-se que o combustível que gera cada batimento é trabalhado diariamente.. São pequenas coisas, pequenos exercícios diários que além de sentidos, PRECISAM ser demonstrados e não sub-entendidos..
Esse é o meu coração.. É assim que ele funciona.. Se quiser tê-lo para sempre, ele é seu.. Mas tome posse, e mantenha o batimento! 
Coração que não bate, é coração morto..



see ya..

bjoO
 

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Breathe... Just breathe...

"(...) 2 am and I'm still awake, writing a song
If I get it all down on paper
It's no longer inside of me, threatening the life it belongs to
And I feel like I'm naked in front of the crowd
Cause these words are my diary, screaming and loud
And I know that you'll use them, however you want to (...)"



sexta-feira, 13 de abril de 2012

20 e muitos...

Já fazem dois dias e você me pergunta: "E aí? Como é ter 25 anos?" E a resposta não poderia ser outra: "- Completamente igual a ter 24. Pelo menos é o que sinto, porque nada mudou do dia 11 para o dia 12."
É certo que, até o fim do ano por conta da minha herança genética, os cabelos brancos devem aumentar um pouco mais, mas confesso que não estou nem um pouco preocupada com isso. Eu até gosto de encontrá-los. É como se eu visse em cada fio branco, um pouco do que eu já vivi.
A chegada da idade não significa que você teve mais experiências ,até porque aos 25 considero que já vivi mais coisas que muitas pessoas não viveram em 100 anos.
Mas quem dera eu tivesse a cabeça dos 25 há uns 10 anos atrás.
Eu fico ainda mais feliz porque quando miro o horizonte, eu vejo muito! Vejo um mundo inteiro de possibilidades, boas e ruins. Vejo que a aventura só começou e tem muita água para passar embaixo dessa ponte, que andava frágil, mas está se reerguendo muito acima da média do rio, esperando que uma enchente desça e ela ainda continue de pé, firme e forte!
Vejo que tenho muitos sonhos para sonhar, muitos objetivos para alcançar, muitos sorrisos para causar.
E com fé eu chegarei em algum lugar. E se, quando eu chegar eu perceber que não era bem aquilo que eu queria, eu ainda poderei mudar o rumo da história. Porque eu ainda tenho muuuito tempo e muitos sonhos.
Todos nós temos nosso "lugar ao sol" o fato é que só alguns conseguem encontrá-lo.




seeeeee yaaaaa..


bjoO

domingo, 8 de abril de 2012

...

Reticências é só o que eu queria... Reticências nas mudanças... Reticências nos momentos bons... Reticências...
Que as promessas realmente durassem como reticências...
Atenção... Preciso de cuidado, de atenção e de reticências...

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Sinto..

Sinto muito, sinto mais, sinto mesmo por tudo. Há tempos não há sentimento emanando destes abraços dados com rapidez demais para que possam ser sentidos.
Sinto que por mais que sinta tudo, às vezes dói não sentir nada e é triste quando não sobra nada para ser sentido.
Sinto que sou menos do que sempre quis ser e que sinto mais do que deveria sentir.
Sinto que quanto mais eu sinto menos faz sentido sentir. E quanto menos faz sentido sentir, menos e mais eu sinto. Porque quando eu sinto mesmo e mais do que tudo, tudo passa a ser maior e tudo volta a fazer sentido.
Sinto que quando eu sinto, eu demonstro que sinto e o que eu sinto. E não consigo fingir que não estou sentindo nada.
E sei que se um dia eu deixar de sentir, eu terei feito de tudo para ver um sentido até o fim.

sábado, 17 de março de 2012

O que fazer?

Que merda né? Andei procurando e acabei achando.. E achei coisas das quais eu não gostei nem um pouco.. Pensei se era justo ter procurado, à princípio. E me deparei com a resposta estampada na minha frente: Era sim, porque essa frieza tem aumentado e algumas coisas que acontecem agora, nunca tinham acontecido antes..
Eu tento de todas as formas encurtar essa fria distância, mas será que está faltando alguma coisa pra todo esse interesse nas coisas, nas pessoas e no passado?
O que será que mudou de uns tempos para cá?  O que gerou toda essa curiosidade?
Quem são essas pessoas e o que está motivando essa busca? Até o google achou a resposta e eu confesso que senti um estranho nó no estômago quando vi o que estava diante dos meus olhos.
Não sei porque insisto em ser transparente demais, se as pessoas gostam de quem esconde, engana e mente.
E ando ainda mais chateada com a ausência de respostas e desculpas.. O silêncio não me incomoda quando está tudo bem.. Mas quando não está, ele grita aos meus ouvidos e eu não consigo escutar mais nada..
Não gosto disso e não estou feliz com isso.. Não mesmo..




seeeeeeeeeee yaaaaaaaaa..


bjoO

quinta-feira, 15 de março de 2012

Parece um filme.. Mas não é!

E se, de repente, você ganhasse o poder de pausar, voltar, passar para frente a sua vida? Qual botão você apertaria primeiro? E não me venha com hipocrisia, porque eu sei que alguma coisa você mudaria sim!
Por mais que tudo o que passamos faça parte de um aprendizado e "pê pê pê" e "caixinha de fósforo" eu duvido muito que se pudesse ninguém iria querer mudar o passado.
Esqueça por um minuto que esse poder não existe. Talvez se o tempo voltasse e você fosse o mesmo, nada mudaria. Mas e se você fosse o que você é hoje, sabendo de todas as consequências e caminhos que seus atos te levaram, você ainda não mudaria nada? Manteria tudo como está?
Eu não. Me contradizendo novamente, eu mudaria algumas coisas sim. Poucas, eu confesso.
Mas não vou listar, porque poderia magoar ou ofender algumas pessoas e eu realmente não quero isso.
Só quero fazer você refletir nas coisas que você poderia e ainda pode mudar. E fazer você pensar antes para não cometer os mesmos erros. Você já sabe que não deu certo uma vez assim, sendo assim, tem muito mais chances de não dar certo de novo se for do mesmo jeito, mesmo que os tempos mudem e as pessoas sejam outras.
E mude! Não dá pra mudar o passado, mas no presente você pode mexer. Quem sabe o futuro não se solidarize com você e venha mais calmo, tranquilo e simples à partir das suas atitudes?
Assim espero.. Até porquê meus olhos vêem primeiro tudo o que eu escrevo, antes de qualquer outro par se identificar..


seee yaa..


bjoO

terça-feira, 6 de março de 2012

Crônica 2

Achava que sempre havia sido independente, independentemente de qualquer coisa. Era muito seguro se sentir assim e evitava uma série de confusões.
Dizia que não se importava em estar só, ou entre alguns poucos amigos. Era como se fosse a mesma coisa. Tinha sorriso fácil e parecia sempre feliz. Mas por detrás da neblina, via-se afogando em lágrimas e muita tristeza. Era fácil esconder dos outros porque, em todos os seus relacionamentos superficiais, a maior parte das pessoas simplesmente olhavam sem realmente ver.
Era como se usasse uma máscara o tempo todo como aquela imagem do palhaço alegre/triste. Se enchia de vazios sem fim. Frequentava lugares bons e ruins. Estava passando pela vida, com "achismos" e verdades absolutas que quase sempre, no íntimo do seu quarto escuro, se mostravam mentiras. Não sabia escolher bem com quem estar porque somente quando estava só é que conseguia se completar.
Estava andando em sua estrada quando teve um clique que fez com que começasse a observar melhor tudo à sua volta. Começou a reparar as pessoas e seus costumes e passou a se identificar cada vez mais com algumas atitudes. Negava quando as coisas eram negativas, mas no fundo sabia que não havia como se esconder. Tinha muitos e graves defeitos. Aqueles que eram somente seus, mas também eram de tantos outros.
Mantinha a casualidade das companhias por medo de alguém descobrir seus segredos, porque sabia que conviver significava estar de corpo e alma nus diante de outro alguém e isso era assustador. Quisera muitas vezes ler pensamentos para saber se era alguém desejável o tempo "quase" todo.
Fazia coisas que acreditava estar enganando bem demais a sua própria consciência, como se quisesse provar para si que não havia problema em desejar o que não se pode ter ou sonhar com o que não se deve.
Não sabia valorizar o presente e se pegava pensando em pessoas do passado, como se quisesse que o tempo voltasse, esquecendo-se porém dos motivos que nos afastam de alguém e que não é mera coincidência que nem todos continuam presentes para sempre. Às vezes é como se fosse "seleção natural" de pessoas.
Tentou, mas simplesmente não conseguia ser feliz.
Haviam dias em que tudo era mais fácil e nesses a dor parecia ser menor. E haviam outros dias. Dias em que a angústia e a dificuldade de ser, tomavam conta de todos os pensamentos e ações o que fizeram com que perdesse a vida da forma mais covardemente corajosa que se pode imaginar.
Enfim, acabou fazendo alguma diferença na vida de alguns, que lembravam de citar ser nome em algumas conversas sobre pessoas que parecem partir muito antes da hora certa.

seeeeeeeee yaaaaaa..

bjoO

quinta-feira, 1 de março de 2012

O presente

Ontem eu ganhei um presente. Ontem eu fiquei muito feliz por ter ganhado um presente. Não por ser um bem material. Poderia ser qualquer coisa. Gostei mais porque representou mais do que isso para mim.

Minha avó nessas últimas férias me contou uma história engraçada à meu respeito. Coisas que eu não me lembrava porque ainda era muito pequena, mas que acabei criando a memória através da narração dela. Ela disse que quando eu e minhas irmãs passávamos férias no RJ com ela, ela sempre nos levava à Lojas Americanas que ficava no Meyer, perto do apartamento onde ela morava. Chegando lá, ela nos instruía a escolher qualquer presente que quiséssemos. Minhas irmãs pegavam o que elas queriam e eu não escolhia nada. Só quando ela insistia para que eu achasse alguma coisa, eu pegava uma besteirinha qualquer, baratinha. Ela, bondosa como é, achava injusto e comprava várias unidades da besteirinha que eu tinha gostado.

O presente de ontem poderia ser considerado uma dessas besteirinhas que a maioria das pessoas não valorizaria tanto. Para mim não. Para mim foi mais do que um simples presente. Eu havia comentado poucas vezes e há algum tempo que eu o queria. E ele lembrou.

Para mim, o presente maior foi esse.


seeeeeeeee yaaaa..

bjoO

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Crônica 1

Elas se intitulavam amigas em qualquer contexto, mesmo sabendo que eram somente colegas de trabalho. Todos os dias elas conversavam sobre suas vidas, com todos os detalhes que mulheres costumam enfatizar.


Bastou uma começar a namorar o ex da outra, a amizade balançou. Existia uma cautela nos detalhes e até mesmo nos acontecimentos cotidianos que seriam contados à partir de agora nas segundas-feiras de manhã.

O relacionamento foi ficando mais sério, e outros sentimentos começaram a surgir. Aquela insegurança começou a atrapalhar as coisas e a moça já não gostava que o namorado cumprimentasse a amiga, que dirá conversar qualquer coisa com ela. A amiga nutria um tipo de competição silenciosa pela atenção do ex. Às vezes sem maldade, às vezes com.

O namorado, por sua vez, havia feito sua escolha e estava muito contente com ela. Porém se incomodava com o ciúme que surgiu na sua amada após algum tempo. Não compreendia de onde surgira tal sentimento, uma vez que pra ele era muito simples: ele havia “testado” as duas e escolhido a segunda moça.

O tempo foi passando e as coisas ficando mais complicadas no relacionamento. A moça insegura falava mais na amiga do que nele ou nela mesma. Contava as “barbaridades” que a outra aprontava e esperava reação do namorado. Ele, como era de se esperar, não tinha reação nenhuma e ela ficava imaginando se ele estava evitando demonstrar que ainda se interessava pela outra. Volta e meia ela perguntava como havia sido o breve affair que eles tiveram, como se quisesse evitar possíveis comparações, ou fazer as coisas diferentes da outra. Melhores talvez. E ele, estava se cansando desse interesse repentino pelo passado, que a princípio parecia não ter importância.

A menina falava tanto na outra, que o namorado começou a se perguntar se a outra também falava deles, ou dele. Passou a bisbilhotar timidamente a vida da moça, as fotos no perfil social, as festas, viagens e relacionamentos afetivos que ela postava na rede. Seu interesse era sempre nutrido pelas narrações intermináveis que a namorada fazia da vida da amiga que parecia ser muito mais interessante do que a sua própria. A situação foi ficando estranha e o namorado cada vez mais distante dela.

Quando a moça se deu conta do que havia acontecido, culpou o namorado e a amiga pela traição. Rogou pragas à todas gerações seguintes, como se os únicos culpados da situação fossem eles dois. Excluiu seus perfis de qualquer contato, inclusive números de celular. E contava a história para todos com quem encontrava até mesmo os novos pretendentes, sem perceber que de um jeito ou de outro a vida dela continuava sendo a vida deles.

domingo, 26 de fevereiro de 2012

Esgotada..

Há pouco tempo atrás eu jamais choraria diante de algum problema que parecesse insolúvel. Eu poderia desistir de tentar resolver, mas chorar jamais. Eu nunca chorava por quase nada e me orgulhava por conseguir ver o lado positivo em todas as adversidades que eu enfrentei.



Porque será que agora essa característica me parece tão distante? Eu sei que vive-se melhor assim, mas tem sido cada vez mais difícil ver o tal lado positivo em tudo. Parece teste. Parece que eu sou uma pessoa fácil de iludir com “palavras de um futuro bom”. É muito egoísmo meu querer que o hoje também seja bom?


Eu me sinto lesada diante de algumas passagens na minha vida. Quando eu tinha quase tudo o que eu precisava, eu deveria agradecer por ter o quase. Quando eu não me sentia feliz, deveria agradecer por ter saúde. Quando não tive saúde, deveria agradecer por ter pessoas à minha volta que me desejavam melhoras. Quando as pessoas começaram a sumir, deveria agradecer por algumas terem ficado.


E em meio a isso tudo, ninguém nunca me disse que até os fortes são humanos para se chatear, chorar, desabafar. E por achar que era fraqueza, em alguns dias eu dei tanto gritos silenciosos que se tivessem som poderiam ensurdecer o mundo.


Não consigo mais só pensar em soluções e não quero me acomodar a viver a minha vida assim para sempre. Eu quero poucas coisas, mas eu QUERO coisas. E eu não quero passar a vida inteira só correndo atrás de tudo.


Não sei se é o cansaço, não sei se é o clima desfavorável, não sei se é uma depressão chegando. Só sei que devo dizer que eu estou me esgotando, mesmo que isso pareça fraqueza. Estou esgotada de pensar tanto em soluções que parecem não fazer diferença.







Seeeeeeeeeee yaaaaaaaaaa..






bjoO

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

"Atrofia Cerebral"

Como mãe de um bebê, preocupa-me muito a forma como as "pessoas de hoje" vivem suas vidas.. Todos estão tão acostumados aos enlatados que nem percebem o tempo passando cada vez mais rápido..

Comidas enlatadas, programas de TV enlatados, livros e jornais enlatados.. É tanto contato com tudo pronto que alguns chegam ao ponto de terem pensamentos, ideais e opiniões enlatadas..

O que me preocupa é que ninguém mais pára para pensar nem na música que escuta e dança..

As pessoas se acostumaram com a evolução do chamado mundo moderno, mas as cabeças não evoluíram junto..
Pelo contrário. Cada vez mais a gente se depara com pessoas que estagnaram.. Que não lêem nada que acrescente conhecimento, porque quaisquer dúvidas, "o google" resolve..

Existem pessoas que não sabem o que fazer quando fica alguns minutos sem energia elétrica.. Ninguém precisa inventar uma maneira diferente de se divertir, porque tudo já está lá, enlatado na prateleira pronto para ser levado para casa e consumido. Até alguns filmes já vem “ridos” como diz meu pai.

Pensando em relação à música, eu confesso que sou meio revoltada.. Fiquei me perguntando durante meses o porque as coisas boas não estão mais na mídia.. Porque quase ninguém escuta conteúdo.. Porque a música pop (de popular) está cada vez mais medíocre?

Em uma dessas conversas que a gente começa sem pretensões, chegamos à uma conclusão: Essa nova sociedade enlatada nos fez preguiçosos.. Temos preguiça de tudo, inclusive de pensar.. As pessoas aceitam qualquer coisa justamente porque elas não precisam pensar.. As músicas de hoje são uma série de repetições de frases feitas e simples demais para que alguém tenha que pensar para entender..

Sabe quando a gente pega uma letra do Engenheiros do Hawaíi e precisa analisar, filosofar, pegar um dicionário, entender um pouco da regionalidade para perceber em alguns momentos do que se trata aquele poema cantado? As "pessoas de hoje" não fazem mais isso.. Elas querem, preferem e procuram a facilidade em todas as coisas pra não precisar pensar..

Me revolto porque, como goiana, respeito muito nossas raízes sertanejas.. Nossas histórias de roça, boiadas, trabalho, tragédias e amores.. Mas olha que merda aconteceu à nossa música regional. Foi acompanhar essa decadência (leia-se diarréia) musical que nos cerca hoje..

Tomara que algo possa ser feito para evoluirmos, porque quanto menos usamos nossos cérebro, mais ele atrofia..
Da mesma forma que têm acontecido aos nossos dentes sisos, temo que se as coisas não mudarem, estaremos contribuindo para que a evolução da espécie nos transforme em seres acéfalos..






seeeeeeeeeeeeeeeeeee yaaaaaaaaa..








bjoO

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Aquela conversa...

Eu fico sempre tão feliz quando eu encontro pessoas parecidas comigo.. Quando eu leio os rabiscos e me identifico tanto que às vezes eu acho que eu mesma poderia ter escrito tudo aquilo.. Dá uma sensação de conforto, de saber que eu não sou a única pessoa que tem problemas nesse mundo..
É só que às vezes nós mesmos causamos nosso próprio sofrimento, inconscientemente ou não..
Ainda tenho que aprender muitas coisas.. A persistência, a tolerância, a paciência são características que eu sei que preciso trabalhar muito, mas eu sei não como fazer isso.. Sabe quando você enxerga todos ou quase todos os seus defeitos mas são sabe as ferramentas para te auxiliar a tratá-los?
É assim.. Eu me faço todas as perguntas certas.. Chego às minhas conclusões normalmente sozinha, tenho insights maravilhosos, mas eu só consigo ver o que precisa ser mudado em mim.. Como mudar de fato?
E é assim mesmo.. Gosto de escrever pra reler e sempre tenho a sensação de estar revivendo tudo, como se a vida fosse esse eterno ciclo sem final..
Não é que eu não esteja satisfeita nunca, ou talvez seja.. Mas eu preciso descobrir de onde vem essa necessidade de querer mais sempre, de nunca estar totalmente satisfeita com nada.. De querer sempre melhorar..
 Um vez, um rapaz que sofreu um pouco com a minha facilidade de me desprender das coisas e das pessoas, me disse que eu era superficial e que eu tratava as pessoas como "coisas descartáveis".. Na época, eu achei que era só despeito mesmo, não aceitei essas palavras porque nunca tinha me visto assim..
Agora, com tudo o que eu sempre quis nas minhas mãos, é como se eu quisesse deixar escorrer propositalmente pra ver o meu drama recomeçar.. É como se eu realmente fosse tão consumista que, depois de conseguir, tudo perdesse um pouco da graça..
Ainda tem graça, mas eu vivo nos altos e baixos, reconquistando tudo pra nunca perder a emoção da conquista.. Eu queria amar, mas também queria estar para sempre apaixonada.. Sinto saudade do friozinho na barriga.. Será que é assim mesmo?
Help! Alguém aí perdido, converse comigo! Me ajude a entender porque as coisas são assim pra mim.. Qual é o meu problema?
Será que eu preciso mesmo de terapia? Estou há tanto tempo tão relutante quanto a isso..
Mas no fim, eu ando sentindo falta de conversar até de madrugada com aquele(a) amigo(a) tão parecido, tão igual e tão diferente que agora está tão distante..
Na verdade, ando escutando tanto "Los Hermanos" que eu estou é com vontade de conversar com o Marcelo Camelo, viu?


seeeeeeeeeeee yaaaaaaaaaa..

bjoO

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Transformações

Eu quero dizer para vocês que o mundo está se transformando o tempo todo.. Cada centímetro que a terra se move, mais algumas partículas se modificam. O mundo mudou, o universo se transformou, os céus mudaram, as árvores, o vento, as chuvas e também, as pessoas.
Estamos em eterna transformação e boa ou ruim, ela acontece o tempo todo. Às vezes, até nós mesmos somos pegos de surpresa com nossas reações.
Se as pessoas mudam, os relacionamentos também mudam. Passamos a vida inteira procurando alguém para compartilhar nossas idéias e ideais. Não nascemos para ser sozinhos. Temos nossos cliclos de amizade que dependendo da nossa fase, também mudam. E porque os nossos relacionamentos amorosos não mudariam?
Mudam, e mudam muito.
E algumas vezes mudam rápido demais, que infelizmente nossa intimidade no relacionamento não acompanha. E aí fica tudo meio perdido, porque a gente acha que conhece o outro quando não conhecemos nem a nós mesmos.
Namoro é muito diferente de casamento. Pior ainda quando o relacionamento vira casamento sem ser determinado, pedido, afirmado. E é foda porque a gente nem sempre consegue ser o que era antes, quando TUDO era mais leve também. E quando não nos importamos, talvez seja porque não gostamos o suficiente para nos preocupar com o que virá.
Infelizmente eu tenho defeitos graves que às vezes nem eu mesma consigo entender e conviver. Antes eu podia tirar um tempo de tudo, mas as coisas mudaram e agora eu não posso mais.
Nas minha piores fases, eu me afastava. Dormia mais do que o normal porque ficar acordada era enlouquecedor. Não sinto falta dessas fases, mas sinto falta de ficar só sem me sentir só e sem sentir culpa por querer estar só em alguns momentos.
E eu planejo. Tudo. E pode até ser por insegurança, mas eu sou assim. Pra mim é difícil ser de outro jeito. Posso fazer um esforço pra contar meus planos, ao invés de esperar que as pessoas adivinhem, mas deixar de fazê-los não dá certo que eu sei. A tal filosofia "carpe diem" quase me matou.
Quem sabe eu deva fazer mesmo uma lista pra ajudar a voltar a realidade de vez em quando.
E talvez, os relacionamentos sejam mesmo 50% de cada lado. Se der certo ou não, não é uma questão de sorte e sim de trabalho, empenho, amor e dedicação. E respeito às diferenças.
É como minha grande amiga me ajudou a enxergar: "Não é que um ame mais do que o outro, é só que existem diferentes formas de demonstrar. E talvez a pessoa não demonstre como você quer, ou espera, mas isso não quer dizer que ela não te ama com tudo que ela tem."


seeeeeeeeeee yaaaaaaaaa..

bjoO